Adolescente faz quatro horas de atividades físicas na água toda semana.
“Eu gosto de sereias desde que me entendo por gente. Sempre tive uma fascinação incrível pela água. As sereias são a aproximação do ser humano com a natureza, um modo de honrar tudo o que ela traz de bom. A primeira vez que eu vi a imagem de uma sereia na minha vida foi nos desenhos animados. Como, por exemplo, a Ariel de “A Pequena Sereia” e Miranda, que foram as que mais me impressionaram e me deixaram fascinadas pelas sereias. Daí, com o passar do tempo, fui conhecendo filmes e séries de meninas sereias”, explica.
Lina lembra que decidiu no ano passado buscar mais sobre o assunto na internet e então descobriu o sereísmo – estilo de vida que tem diversos adeptos pelo mundo. Entre as referências brasileiras estão Mirella Ferraz, que já se apresentou no aquário de São Paulo; Selene, na Bahia; Dharana Marun, no Rio de Janeiro; e Kunoichi, também no Rio de Janeiro.
“Sereísmo não é nada mais que amar as sereias e trazê-las como parte de sua vida. Sereísmo é amar tudo o que a natureza nos dá, é amar o mar, lagos, rios, amar os animais. Sereísmo é proteger os animais e proteger e preservar a natureza. Não é moda nem hobbie, é estado de espírito”, diz.
Outra decisão da jovem foi manter os cabelos longos e ao natural. Mesmo mantendo uma rotina que classifica como a de qualquer outra pessoa, entre escola e estágio em uma academia, a menina conta sofrer preconceito desde que optou por viver como os seres lendários.
“As pessoas em minha volta não reagiram bem, de uma certa forma, por falta de conhecimento. […] Os comentários foram ‘coisa de criança’, ‘ela não tem o que fazer, não?’. São muitos, mas eu nem me importo com isso”, disse. “Tenho o apoio da minha família e dos meus amigos, que me incentivam a continuar.”
A garota declarou que já planeja confeccionar uma nova cauda. A atual foi feita com tecido de lycra que se assemelha com escamas de peixe e pé de pato. Ela também utilizou cartolinas, como base para o molde do corpo.
Entre os próximos planos de Lina, que incluem investir R$ 690 no curso para conseguir ficar sem respirar debaixo d’água, estão começar a se apresentar como sereia profissional. A jovem, que mora em Ceilândia, diz aguardar convites.
“O sereísmo me tornou uma mais atenciosa com a natureza, mais feliz com tudo em volta e [me ensinou a] amar esse mundo mágico que é o das sereias”, concluiu.